sexta-feira, 19 de abril de 2013

CONTINUAMOS SEM OPOSIÇÃO AO GOVERNO...

19/04/2013 - 03h15

FHC tenta convencer Serra a não abandonar o PSDB


CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entrou em campo para demover o ex-governador paulista José Serra da tentação de trocar o PSDB pelo recém-criado MD (Mobilização Democrática), fruto da fusão do PPS com o PMN.

Numa conversa com Serra, FHC disse que uma migração para o MD seria desvantajosa e apontou várias razões. Segundo relatos do ex-presidente a seus interlocutores, um dos argumentos foi que Serra ficaria desconfortável ao subir num palanque adversário de aliados históricos como o senador Aloysio Nunes Ferreira e o próprio FHC.

Ele alegou ainda que somente no PSDB Serra teria alguma chance de concretizar seu sonho de concorrer novamente à Presidência, em caso de desistência do senador mineiro Aécio Neves, hoje o favorito dentro do partido.

O ex-presidente também procurou integrantes do extinto PPS na tentativa de impedir que o comando do novo partido ofereça vantagens a parlamentares tucanos produzindo desfalques no PSDB.

Marcelo Justo - 18.set.2012/Folhapress
Ex-governador José Serra ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em evento da eleição municipal de 2012
Ex-governador José Serra ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em evento da eleição de 2012

Na conversa, FHC teria alegado que Serra não tem como fazer oposição a Geraldo Alckmin. Segundo seus aliados, Serra tem manifestado a disposição de apoiar a reeleição do governador qualquer que seja seu destino político.

Mas aliados afirmam que o Palácio dos Bandeirantes tem contribuído para o desconforto de Serra no PSDB. Segundo eles, o ex-governador ficou inseguro depois que três secretários estaduais trabalharam contra o vereador Andrea Matarazzo, de quem é amigo, na disputa pelo controle do diretório municipal do partido em São Paulo.

A manobra ocorreu horas após Alckmin garantir a líderes partidários que Matarazzo seria eleito. O mal-estar foi recebido por Serra como prova da hostilidade de uma ala do partido a seu grupo e um incentivo para que ele deixe os tucanos e vá para o MD.

O comando do MD quer explorar a oportunidade para pressionar Serra. Mas o ex-governador de São Paulo não dá sinais claros de que tenha tomado uma decisão. Em conversas reservadas, ele demonstra medo do desconhecido. A legislação eleitoral permite que Serra adie a definição até setembro, se quiser concorrer a algum cargo nas eleições do ano que vem.

NOSSO PARECER: Quando a oposição não se junta, dá nisso: debandada geral. Quando se briga por um ideal de país, o lado pessoal fica em segundo plano. Com mais esta debandada, fica claro que cada um quer buscar e garantir apenas o seu particular.
É o partido do "eu sozinho" e com partidos assim, ficaremos sem oposição e pelo jeito, por longo tempo.

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