domingo, 30 de setembro de 2012

CARNAVAL NÃO É PARA CRIANÇAS.

Carnaval não é para Crianças

deldebbio| 1 de março de 2011

Muito bom este trabalho. Se você possui filhos, leia e repasse.
O Carnaval nem chegou e as crianças já estão sendo bombardeadas com mensagens eróticas e consumistas que nada têm a ver com a infância. O marketing se apropria da manifestação cultural e transforma tudo em produto de consumo, principalmente o corpo da mulher, que está no foco da programação carnavalesca mostrada pela televisão. É lamentável para a condição feminina a imagem passada para as meninas o ano inteiro, e de forma exacerbada, neste período.
As crianças reproduzem este modelo nas suas brincadeiras porque não há uma separação clara do que é coisa de gente pequena e de gente grande. A tradicional permissividade da época derruba as barreiras entre o mundo adulto e o mundo infantil e tudo se mistura: adultos se portam como crianças e vice-versa.
Não é de hoje que a infância é assaltada quando as crianças caem no meio de uma folia que não é pensada para elas. Cresci ouvindo e cantando marchinhas carnavalescas impróprias para o vocabulário infantil. As crianças repetem os adultos sem entender o que estão fazendo e uma manifestação tão importante do nosso calendário cultural acaba virando um megafone de estereótipos e preconceitos que passam de geração para geração.
Conversei com duas psicólogas que fizeram coro às minhas preocupações sobre os efeitos nocivos deste quadro para o desenvolvimento infantil. Ambas acreditam que a criança deve aproveitar o sentido da brincadeira e conhecer a importância cultural do Carnaval. Mas, para isso, precisa ser protegida do conteúdo adulto e ganhar espaços próprios para uma folia infantil.
A psicóloga Maria Helena Masquetti, do Projeto Criança e Consumo, avalia a falta de discriminação entre o adulto e o infantil como o problema mais pernicioso do Carnaval. A folia “mesclada”, meninos e meninas adotando posturas de homens e mulheres, contribui para a erotização precoce, pois não permite à criança perceber o que não é do mundo dela. “O problema é que a criança está exposta a tudo, e não poderia estar”.
Segundo ela, o que a criança vê pela televisão não é bom, nem é adequado acompanhar os pais em uma programação adulta. No entanto, muito pior é entrar na cena como uma atração exótica de um Carnaval sexualizado, desempenhando papéis adultos. “É importante deixar a criança em paz para amadurecer física e emocionalmente antes de dar conta do impulso sexual”.
Na ausência de uma programação adequada às crianças, Maria Helena sugere que os pais cumpram a função de protegê-las no âmbito particular, buscando alternativas para diverti-las, desviando a atenção da TV para brincadeiras e palhaçadas próprias para a idade delas.
Para a psicóloga e pesquisadora Raquel Moreno, a mídia assume o papel de “educadora informal poderosa” em muitas famílias e inibe o diálogo entre pais e filhos, favorecendo a maior absorção das mensagens sexualizadas. Essa questão ganha força no Carnaval, com a valorização erótica pelo aplauso do papai e da mamãe para a criança que imita o que vê na televisão. Basta lembrar o hit do ano passado: “Rebolation”. Portanto, nós, pais, devemos valorizar iniciativas que tratem a criança como criança. As escolas de educação infantil têm cumprido esse papel, com a confecção de máscaras e fantasias pelas próprias crianças e a promoção de atividades lúdicas usando o Carnaval como tema central. Boa inspiração para repetir em casa ou promover brincadeiras carnavalescas para as crianças na praia, nos parques, nas ruas, nas praças, nos condomínios, nos prédios onde vivemos.

A fantasia é importante para as crianças e o momento é de abusar da imaginação junto com elas, do jeito delas.

POR ISTO: VAMOS ACABAR COM O CARNAVAL NO RJ...

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