domingo, 13 de janeiro de 2013

O DESCONTROLE E A VIOLENCIA CONTEMPORANEA

É IMPRESSIONANTE COMO SOMOS VISTOS NO EXTERIOR... ACORDA BRASIL.
O descontrole e a violência contemporânea O imenso impacto causado pelas notícias sobre a violência percebida cotidianamente é capaz de nos deixar atordoados e preocupados. Afinal, somos bichos descontrolados simplesmente? É fundamental levar em conta alguns aspectos: o poder da informação genética, a qual predispõe o homem à sobrevivência, ativando áreas cerebrais primitivas e importantes funções fisiológicas. Outro ponto relevante é o exagerado autoconceito que temos. Sêneca, pensador do Império Romano, observou que quanto mais o ser humano acredita que é importante, tanto mais esperará reverências condizentes com tais expectativas. E quando isso não ocorre, o orgulho ferido secreta seu veneno mais poderoso, a raiva. Pesquisadores recentes apontam a mudança do "ser" para o "ter" por força da sociedade de consumo (notadamente os produtos que expressam poder, como casa, carro, roupa), pois a sua posse, crê-se quase religiosamente, é o que verdadeiramente traz a felicidade. Mas, houve um "deslizamento", que levou a um novo movimento, o consumo do "ter" para o "parecer" (ou aparecer), caracterizando-se como "sociedade do espetáculo", cujo objetivo principal é se parecer com o ideal apresentado (e imposto), destacadamente, pela mídia (o modelo ideal de família, de casa, de automóvel, de celular etc), levando muita gente a navegar em tal canoa furada, ampliando ainda mais a frustração e a raiva decorrentes. Alienação severa? Criam-se atmosferas de arrogância, cuja falta de respeito e educação mostram-se claramente através do tom agressivo e até esnobe com que as pessoas se dirigem mutuamente (em um supermercado ou no aeroporto, por exemplo), afinal a sua importância assim o requer, fazendo disparar a raiva e o comportamento agressivo. Essencialmente, o negócio é "não levar desaforo para casa", nem que para isso alguém leve um tiro fatal. Há, ainda, outro fator, o reduzido número de agentes de controle em relação ao imenso volume populacional (além da superlotação das prisões, da corrupção e da impunidade percebidas), além da falta de educação que provavelmente faltou na infância, estimulando alguns a uma liberdade descompromissada com o respeito e a ordem, através de explosões agressivas tão comuns. Assim, torna-se premente estimular o ser humano à reflexão e ao autoconhecimento. Com efeito, pois, aprender sobre si mesmo, leva ao desenvolvimento da empatia, um estado tanto cognitivo quanto afetivo, que permite colocar-se no lugar do outro e a se controlar mais, ao entender-lhe melhor, fazendo gerar o sentimento íntimo de ser ético. E, ainda, é crucial exercitar a humildade, a boa vontade, sem falar na persistência, pois sem ela a acomodação se instala. É trabalho duro, é verdade, mas ricamente compensador. ARMANDO CORREA DE SIQUEIRA NETO, é psicólogo e psicoterapeuta nos Centros Médicos da Santa Casa de Mogi Mirim (SP).

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